quarta-feira, 30 de julho de 2025

Lição 3 - 21 de janeiro

 O SOFRIMENTO HUMANO E A SANTIDADE DE DEUS


Texto Bíblico - Jó 4-7

Texto Básico - Jó 5.1-6;6.1-10

Texto Áureo - Jó 5.8


LEITURAS DIÁRIAS

Segunda - Jó 4.1-11

Terça - Jó 4.12-21

Quarta - Jó 5.1-16

Quinta - Jó 5.17-27

Sexta - Jó 6.1-12

Sábado - Jó 6.13-30

Domingo - Jó 7.1-21

Ainda bem que existem os amigos! Eles podem nos ajudar muito em momentos de sofrimento e dor. É como diz Provérbios 17.17: "O amigo ama em todo o tempo; e para a angústia nasce o irmão. "É bom ver aqueles que são solidários com os outros em momentos de tristeza e tribulação.

Há alguns que têm o dom especial do consolo, mas há outros que estão sempre causando mais ansiedade com suas interpretações dos fatos, achando que a pessoa tem pecado e por isso Deus está "pesando sua mão" sobre ela. Falam como se tivessem repreendendo a pessoa, culpando-a da situação em que se encontra. Devemos lembrar que a censura, mesmo com palavras educadas, pode magoar a pessoa que está passando por sofrimento. Jó também teve amigos que, de modo bem refinado, procuraram ver nele a culpa de tudo o que estava acontecendo.

A LIÇÃO NA BÍBLIA

O diálogo iniciado em 4.1 se estende até 7.21. Nele Elifaz, temanita (2.11), pois era de Temã, região de Edom, o primeiro dos três amigos de Jó a falar, talvez por ser o mais velho ou o mais sábio, faz declarações com bastante propriedade acerca de Deus (4.1-5.27), e em seguida Jó responde (6.1-7.21), mostrando que, embora Elifaz falasse verdades, não eram, contudo, aplicáveis ao caso de Jó. Ele não faz acusações diretas a Jó pelo seu estado, mas, sutilmente, repreende e desaprova as palavras de Jó ditas anteriormente.

Elifaz é muito educado no modo de falar, suas palavras formam um bonito e bem estruturado discurso; 1) uma abertura e exortação inicial (4.1-6), 2) afirmações sobre a maneira como Deus trata os seres humanos (4.7-11; 5.1-16), 3) a afirmação de como recebera a revelação da verdade que estava falando a Jó (4.12-21), 4) exortação e encerramento (5.17-27).

As palavras de Jó (6.1-7.21) não se constituem numa resposta propriamente dita às palavras de Elifaz, mas ele não deixa de manifestar que está ofendido com as indiretas de Elifaz. Ele descreve: 1) o peso da sua tribulação (6.2-7), 2) a sua fascinação pela morte, como meio de evitar a blasfêmia contra Deus (6.8-13), 3) o vazio da amizade que não demonstra amor diante do sofrimento (6.14-21), 4) a sua perplexidade pela realidade do sofrimento (6.22-30), 5) a sua oração para que passe o sofrimento de uma existência sem esperança e pergunta por que ele se tornou o alvo das atenções de Deus, sendo um simples mortal (7.1-21).

Jó 4.1 - 5-27 - As palavras de Elifaz

4.1-4 - Elogios a Jó. Nos versículos 3 e 4, Elifaz pronuncia alguns elogios a Jó, mostrando um pouco do caráter dele  antes do que estava acontecendo. Jó era um sábio, pois tinha "ensinado a muitos", era um sustentador, pois havia "fortalecido as mãos fracas". Era uma pessoa que ajudava aos necessitados.

4.5,6 - Uma repreensão a Jó. "Mas agora que se trata de ti, te 











terça-feira, 29 de julho de 2025

Lição 2 - 14 de janeiro

 QUESTÕES DE VIDA OU MORTE

Texto Bíblico - Jó 3

Texto Básico - Jó 3

Texto Áureo - Jó 3.11


LEITURAS DIÁRIAS

Segunda - Jó 3.1-5

Terça - Jó 3.6-10

Quarta - Jó 3.11-19

Quinta - Jó 3.20-22

Sexta - Jó 323-26

Sábado - Jó 9.1-6

Domingo - Jó 2.1-5


Por mais que queiramos ser fortes diante dos sofrimentos, sem dúvida, eles nos deixam perplexos. Podemos não ficar desesperados, mas não podemos dizer que eles não nos atingem direta ou indiretamente. Os sofrimentos nos fazem parar para refletir e nos fazem amadurecer. Em condições normais de vida, não faríamos perguntas que fazemos em momentos de dor. São nesses momentos que levantamos questões cruciais sobre a vida, sobre a morte, sobre a finalidade das coisas etc.

Nem todos, porém sabem passar por momentos difíceis, porque não tem bases sólidas de vida. É, como disse Jesus em Mateus 7.24-27, uma edificação sobre areia e não sobre a rocha. O segredo dos que saem amadurecidos dos sofrimentos, e revigorados, está no fundamento de suas vidas. No estudo anterior aprendemos que Jó era íntegro, reto, temia a Deus e se desviava do mal. Ele plantava sua vida em bases espirituais e morais bem sólidas. Daí a razão de manter sua fidelidade diante de tanto sofrimento. 

A LIÇÃO NA BÍBLIA

Jó recebeu a visita de três amigos vindos de três países diferentes: Elifaz, Bildade e Zofar. Eles vieram porque queriam "condoer-se dele e consolá-lo" (2.11). Quando chegaram, não reconheceram Jó, porque ele estava praticamente desfigurado pela doença. Os seus amigos prantearam em alta voz e consideraram Jó como morto, pois rasgaram as sua vestes. Sentaram-se com Jó durante sete dias e sete noites e ficaram em silêncio, mudos diante da dor que Jó sentia, pois esta "era muito grande" (2.12,13).

Depois desse tempo é Jó quem rompe o silêncio (3.1), e começa uma série de discussões sobre a razão de tanto sofrimento que vai se encerrar no capítulo 31. Há diferenças fundamentais entre as palavras de Jó e as de seus amigos. Enquanto estes falam a Jó a respeito dos desígnios de Deus, Jó fala diretamente a Deus sobre sua situação. Os amigos de Jó tentam consolá-lo com conceitos fixos e predeterminados, como se fossem leis imutáveis.

Jó olha para dentro de si mesmo e procura, por todos os meios, compreender a experiência pela qual estava passando. Ele queria mais que conceitos frios, por isso é impetuoso em suas palavras, honesto em colocar seus sentimentos diante de Deus. Ele diz a Deus o que pensa e  o que sente, sem esconder nada! Outra coisa marcante nas palavras de Jó é que ele nunca reclama das perdas ne da doença. Ele está inquieto é pela razão disso tudo, e sua preocupação primordial é com Deus. ele quer manter sua vida com Deus, e os acontecimentos o estavam levando a pensar que havia perdido Deus. Não há tormento maior que este para a vida de alguém que ama a Deus. É importante salientar que Jó não era insensível para com a morte de seus filhos nem com a perda de seus bens. Eis a questão principal: que Deus era o seu maior bem, o maior anelo de sua alma.

Tendo esse fundo de explicação, podemos entender melhor o que Jó passa a dizer, abrindo, assim, o ciclo de discussões com seus amigos. No capítulo 3, Jó declara sua perplexidade diante dos acontecimentos e deseja nunca ter nascido, mas, já que existe, deseja morrer. O capítulo é só lamento. Jó amaldiçoa o dia em que nasceu (v. 1-10), deseja ardentemente a morte (v. 11-19), lamenta profundamente a vida que tem em sofrimento (v. 20-23) e termina o seu discurso com um gemido (v. 24-26).

Jó 3.1-10 - Por que nasci?

"Abriu Jó a sua boca, e amaldiçoou o seu dia (v. 1). Nas palavras de Jó não há qualquer lamento sobre os bens perdidos nem qualquer palavra contra Deus. Quando ele se volta para trás, lamenta ter nascido. A linguagem é poética; não precisamos explicar cada expressão. Em linhas gerais, Jó desejaria nunca ter vindo à vida, pois o seu presente era terrível. Aquela alegria que seu pai sentiu quando nasceu um menino (v. 3), não lhe confortou o coração. Ele desejava que aquele dia fosse riscado do calendário (v. 4-6) e que nele não houvesse fecundidade para que alguma criança fosse concebida (v. 7). Ele queria que o caos engolisse aquele dia, ao referir-se ao "leviatã" e aos amaldiçoadores de dias (v. 8). 

Jó aborrecia o dia de seu aniversário, pois foi nele que os seus olhos foram abertos para a aflição. Jó diz aquilo que muitas pessoas ainda dizem: "Eu não deveria ter nascido." Essa é uma forma de expressar o profundo descontentamento com a vida presente. Nesse ponto Jó é muito contemporâneo nosso!

Será que Jó está cedendo às pressões? Irá ele dar razão à Satanás e amaldiçoar Deus? Ele já começou a amaldiçoar o seu nascimento. O que Jó disse é errado? Não devia ele, como pensam alguns, ter se controlado mais? É errado revelar as mais profundas emoções? Jó é muito humano e tem a coragem de transformar em palavras os seus profundos sentimentos. Ele não é um descontrolado, mas alguém que revela a si mesmo num momento de dor, pois perdeu os filhos, sofre dores agudas por causa da doença, sua pele arde como fogo; em vez de sentar-se em seu tapete para conversar com seus amigos, sente-se humilhado sentado em cinzas vendo seus amigos diante dele com expressão de dó e condenação; sofre a pressão da esposa, sente-se desprezado por Deus. Somente uma pessoa muito insensível não sentiria o que Jó estava sentindo.

Jó 3.11-19 - É melhor morrer!

Os versículos 11 e 12 falam do anelo de Jó em ter morrido logo ao nascer, antes mesmo das primeiras sugadas no seio de sua mãe, nos primeiros momentos da amamentação. Por que desejar morrer? Não é um desejo covarde, comparado com o desejo dos  suicidas? Acabar com a vida não é escapar da realidade dos problemas sem resolvê-los? A morte resolve os problemas e as dificuldades da vida? Recompensa as injustiças? Não! No caso de Jó, ela apenas acabaria com o seu sofrimento, pois como disse Jó: "Pois agora eu estaria deitado e quieto; teria dormido e estaria em repouso".

Os versículos 14 e 19 mostram que as diferenças que há, nesta vida presente, entre as pessoas, se tornam sem importância depois da morte. Lá não há rei, conselheiro, príncipe, abortivo, ímpio, presos, pequenos ou grandes. Depois da morte não há mais privilégios, riquezas, níveis sociais e econômicos etc. Todos estão no mesmo nível.

Jó 3.20-23 - A vida não vale a pena!

A vida para Jó estava intolerável, e só a morte poderia pôr fim ao sue sofrimento (v. 1-19). Será que ele estava dando razão à sua esposa? Em parte sim, pois desejava morrer, mas não pelos meios que ela sugeriu, ou seja, de amaldiçoar a Deus. Ele até então e até mesmo o fim de todos seus discursos não atribui falta alguma a Deus. Ele se sente só, mas não coloca a culpa em Deus.

Nos versículos 20 a 23, Jó pergunta por que tanto sofrimento pode vir sobre uma pessoa, ou melhor, por que se concede  luz a uma flito e vida a um amargurado de alma (v. 20)? Por que a vida aos que só pensam em morrer (v. 21,22)? O versículo 23 mostra exatamente o que pensava Jó: estava preso, cercado por todos os lados. Não era cerca de proteção como pensava Satanás (1.10), mas de prisão. Ele estava só e sentia que Deus o havia abandonado dentro da prisão de seus sofrimentos, sem um caminho de saída.

Aconteceu com Jó aquilo que acontece com todos os que têm sofrido profundamente: sentem-se sem saber o caminho de saída de tanto sofrimento. Geralmente quando estamos sob o sofrimento, não temos o conhecimento objetivo do que está acontecendo, e isso aumenta nossa perplexidade. Que caminho tomar? Qual a solução? Onde está a cura? Por que ela não vem? Você compreende a agonia de Jó agora?

Jó 3.24-26 - É muito grande a minha dor

Em vez de querer o alimento ("pão" - v. 24), Jó só deseja gemer, e geme muito. Todo o seu corpo está tomado de feridas dolorosas. Ele nem tem vontade de comer. Os versículos 25 e 26 indicam que Jó vive sem sono, temeroso pelo que ainda possa acontecer em sua vida. Diante de tanto sofrimento, ele não se sente seguro nem tranquilo.

Por que Jó proferiu as seguintes palavras: "porque aquilo que temo me sobrevêm, e o que receio me acontece" (v. 25)? Quando Jó tinha riqueza, prosperidade e a família toda unida e feliz, não havia se descuidado da vida espiritual. Procurou sempre estar em paz com Deus (1.5). Fazia tudo que estava ao seu alcance para não perder o favor de Deus. Podemos considerá-lo um homem justo, não que estivesse isento de erros, mas porque estava sempre preocupado em acertar tudo com Deus. Na mente de Jó, tudo isso parece ter sido em vão, pois o que mais temia, aconteceu: perdeu o favor de Deus e ficou privado de tudo quanto tinha de bens, família e saúde. Não há dor mais terrível do que se sentir abandonado por Deus. O Salmo 27.10 diz: " Se meu pai e minha mãe me abandonarem, então o Senhor me acolherá". Jó reclama de seus parentes e amigos (19.14): "Os meus parentes se afastam, e os meus conhecidos se esquecem de mim. "Se Jó apenas tivesse sido abandonado pelas pessoas, aguentaria muito mais, porém ele se se sentia abandonado por Deus. Existe dor semelhante?

Ninguém gosta de se sentir na solidão. Só estar sozinho já dói, quanto mais se sentir rejeitado por Deus. É exatamente assim que Jó se sente, segundo o versículo 26: ele não consegue descansar nem ficar quieto, muito menos relaxar. Está sempre agitado com o que está acontecendo em sua vida, porque não sabe a razão de tudo isso.

O lamento de Jó é mais agonizante porque ele confiou em Deus. A fé no Deus único, verdadeiro, perfeitamente bom e de infinita bondade, fica balançada na hora do sofrimento. As pessoas que crêem em outras divindades, em astrologia, em entidades que se incorporam nas pessoas, em espíritos, em energias positivas ou negativas etc, parecem ter explicações para os sofrimentos. As respostas são apenas aparentes, enganosas, mas convencem muitas pessoas, porque parecem explicar a origem e a causa do sofrimento. Jó sabia a origem, pois vinha de Deus, mas não sabia a razão. Deus estava zangado com ele?

A LIÇÃO DA VIDA

O que podemos aprender com a lamentação e o gemido de Jó?

1. Devemos, com toda a sinceridade e transparência, expor nossos mais profundos sentimentos. Vamos aprender que Deus sabe ouvir nossos desabafos, principalmente quando somos autênticos. Vamos aprender que Deus sabe ouvir nossos desabafos, principalmente quando somos autênticos. Não significa que devemos perder o controle de nossas palavras. Jó sabia o que estava dizendo. Ele não estava fora de si, não falava como um louco, um insensato. ele expôs os seus sentimentos, a sua agonia pelo sofrimento.

2. A verdade não está exclusivamente nos nossos sentimentos, por mais sinceros e transparentes que eles sejam: eles não se constituem no padrão da verdade. A verdade reside em Deus, em seus atos, em sua revelação. Jó foi sincero, disse exatamente o que sentia a respeito dos acontecimentos, mas não sabia tudo a respeito deles. O seu conhecimento era parcial.

3. As emoções fazem parte de nossa estrutura, e sentir-se t riste pelos sofrimentos e perdas não é sinal de fraqueza. Jó mesmo disse que ele não era de pedra e nem de bronze (cf. 6.12), para ficar insensível de tanta tribulação. Há um segredo, porém, que o crente precisa conhecer: as tribulações não nos sobrevêm além do que podemos suportar. Com esta certeza em mente, veremos que as emoções não serão destrutivas, mas estarão agindo pra o fortalecimento de nossa vida, de nosso caráter.

4. O que cremos corretamente sobre Deus nos ajuda muito em momentos de sofrimento. Aquele que tem uma fé firmada apenas no que deus pode dar, e não no que ele é, pode não resistir diante dos sofrimentos; desistirá bem rápido. Veja que Jó não alegou em nenhum momento o fato de ter perdido os bens e filhos. O seu problema estava em saber por que Deus fizer tudo aquilo com ele. Nos momentos de sofrimento, é muito fácil desviarmos a atenção para aspectos secundários.












Lição 1 - 7 de Janeiro

 O SERVO DE DEUS É PROVADO

Texto Bíblico - Jó 1,2

Texto Básico - Jó 1,2

Texto Áureo - Jó 1.21


LEITURAS DIÁRIAS

Segunda - Jó 1.1-5

Terça - Jó 1.6-12

Quarta - Jó 1.13-22

Quinta - Jó 2.1-6

Sexta - Jó 2.7-10

Sábado - Jó 2.11-13

Domingo - Jó 5.11

        Os capítulos 1 e 2 falam de como começou o sofrimento de Jó. O texto é claro ao mostrar que Jó é inocente. Durante todos os diálogos, ele não sabe o que está acontecendo. Não o apresenta, porém, como alguém perfeito, sem pecado nenhum. ele só não é culpado pelo que estava acontecendo em sua vida naquele momento. Isto é algo que os seus amigos não compreenderam.

A LIÇÃO NA BÍBLIA

Jó 1.1-12 - A vida de Jó antes da provação

        O texto faz uma descrição da vida de Jó sob diversos aspectos: moral, espiritual, social e familiar. Fala também de sua fidelidade Deus e da tentativa de Satanás em desafiar Deus quanto á firmeza de Jó. A intenção do autor é realçar o estado anterior de Jó, para poder mostrar a intensidade de sua perplexidade diante do sofrimento. Como pode um homem próspero, feliz e  com tantos atributos morais e espirituais vir a ficar num estado tão deplorável?

        1. Perfil moral e espiritual (v.1)Jó "era homem íntegro e reto, que temia a Deus e se desviava do mal". Temos dele a maior e a mais bela impressão. Um homem direito, honesto, completo. ele é "íntegro", ou seja, inteiro, com suas emoções em equilíbrio e mentalidade sadia. Não ocupava o seu tempo com coisas que traziam desgaste emocional, senão com que o que edificava. A sua vida estava plantada sobre bases sólidas. Ele era "reto", pois tinha retidão no viver; andava de cabeça erguida por causa de sua honestidade em todas as suas relações.

     A integridade se relaciona com a vida interior, e a retidão com, a vida exterior. A integridade e a retidão estão intimamente relacionadas. A retidão sem integridade é hipocrisia. A integridade sem retidão é impossível, pois, em quem tem equilíbrio na vida interior, arde a chama de querer ser uma bênção e influenciar a vida dos outros. Assim era Jó: um homem de personalidade marcante, agradável, respeitável. Ele inspirava grande confiança e era um exemplo!

         Qual era o segredo? "Ele temia a Deus e se desviava do mal". Era devoto e moral. Tudo acontecia em sua vida devido à sua fidelidade a Deus, a qual o levava a se desviar daquilo que não fazia parte da vontade de Deus. Sua integridade e retidão não eram automáticas, mas frutos de uma vida em comunhão com o seu Deus. Nada na vida é fruto do acaso.

        2. Seu nível social (v.3). Pelos padrões da época, Jó era muito rico. O versículo 3 a presenta um inventário de seus bens e conclui: "de modo que este homem era o maior de todos os do Oriente". A descrição é de uma pessoa economicamente muito influente e que gerava empregos para muitos. Ele não era um nômade (pessoa que andava de lugar em lugar em busca de melhores pastagens), mas era fixo na região leste do Rio Jordão, sendo um agricultor com grandes extensões de t erra (cf. 1.14).

    3. Sua família (v.2,4,5). ele tinha uma família numerosa: 10 filhos! isto era considerado uma bênção naquela época. Um casal sem filhos era malvisto na sociedade, e a mulher estéril era rejeitada. Isso não acontecia. Isso não acontecia com Jó e sua esposa! Eles era felizes ao verem tantos filhos pela casa quando pequenos, e depois, quando grandes,  cada um dos homens tinha sua própria casa (v.4). As filhas pareciam ainda ser solteiras. Sua esposa só era citada no capítulo 2.

        Os filhos de Jó viviam uma vida saudável e feliz, conforme o ciclo de banquetes mencionado nos versículos 4 e 5. Estavam vivendo os melhores de seus dias! Tinham bens, saúde, amor entre eles. Estavam unidos no trabalho e na celebração. Que família!

        Jó zelava muito por seus filhos. Passado o ciclo dos banquetes, diz o texto que Jó os 'santificava, e, levantando-se de madrugada, oferecia holocaustos segundo o número de todos eles"(v.5). Jó não os vigiava, para ver se estavam ou não pecando, mas cuidava da saúde espiritual deles. O texto não indica que os seus filhos faziam festas profanas, com bebedeiras e imoralidades. Indica uma vida feliz, jovial e plena. O sorriso e a alegria fazem parte da vida do servo de Deus! Jó, no entanto, não queria que alguém, em nome do prazer e d alegria, blasfemassem de Deus. O zelo de Jó era constante, pois assim proceda "continuamente"

        4. Suas intenções (v.6-12). Os "filhos de Deus" (v.6) são seres angélicos, que formam uma espécie de congregação de convocação divina. Entre eles, o texto indica, Satanás veio. O termo "também" parece indicar que ele é um intruso, um estranho, e não alguém legitimamente convocado. O fato de ser um intruso é reforçado pela pergunta que Deus lhe faz: "Donde vens?" (v.7). Deus sabe, mas é como a pergunta feita a Adão: Deus quer apenas uma declaração dos feitos; não quer ter um conhecimento que não  possui. Ele sabe de tudo!

        É importante observar que a participação de Satanás no relato do Livro de Jó só aparece aqui nos capítulos 1 e 2. Nenhum dos que  discursam atribui a satanás qualquer responsabilidade pelo que está acontecendo. Depois disso ele desaparece! Ele não tem poder próprio, mas lhe é concedido por Deus. A resposta de Satanás à pergunta de Deus demonstra muito bem a sua maldade. Ele vagueava pela terra (cf. 1Pe 5.8). Com o coração cheio de maldade, procurava frustrar as relações entre os homens e Deus.

        Deus lhe faz uma segunda pergunta: "Notaste, porventura, o meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele (...)?" (v.8). Deus tem orgulho da vida de Jó. Satanás não responde que sim, mas o que diz adiante mostra que não apenas notara, mas também analisara as razões  de tanta lealdade de Jó. A pergunta de Satanás (v.9) questiona as intenções de Jó: Será que ele não temia a Deus por interesse financeiro?

        No versículo 10, Satanás, com cinismo, acusa Deus de ter superprotegido Jó, sua família e todos os seus bens, e de haver abençoado Jó de tal maneira que tudo o que possuía se multiplicava em suas mãos. Satanás sugere que o temor de Jó era por  interesse e que o cuidado de Deus por ele era igualmente interesseiro. Em essência, Satanás é descrença pura. Não crê na santidade das intenções de Deus nem na genuidade da fidelidade de Jó. 

            No versículo 11, Satanás lança um desafio a Deus, que é sue tese sobre a fidelidade do homem: Se o homem não tiver bênçãos materiais vindas de Deus, ele não lhe será fiel. Se Deus tirar os bens de Jó, este o amaldiçoará. O final da expressão mostra que Satanás queria dizer  que amaldiçoar seria a consequência de Jó ficar sem os seus bens. A ideia básica dele é que o homem não serve a Deus por causa da Pessoa, santidade e bondade de Deus, mas por causa das bênçãos materiais. Será?

Jó 1.13-19 - Quando sobrevieram s primeiras provações

            Os versículos 13 a 19 mostram como ruiu o mundo feliz de Jó. Ele nem sabe por quê, mas de forma repentina e sucessiva todos os seus bens e filhos lhe são tirados de forma trágica.

            A vida corria normal como sempre. Os bois lavravam, as jumentas pasciam, os rebanhos pastavam (v. 16,17), os filhos estavam na casa do irmão mais velho numa festa (v. 13,18). Jó e sua família não viviam sob a pressão do medo e das incertezas do futuro. De repente tudo parece acontecer fora da normalidade. Os animais domésticos são roubados, e os trabalhadores que cuidavam deles são mortos, apenas um escapa para dar a notícia (v. 15); parte do rebanho e pastores é morta, possivelmente por um raio (fogo de Deus, v. 16); outra parte do rebanho é roubada e seus pastores são mortos (v. 17) e, mais triste ainda, todos os filhos morrem soterrados, juntamente com os empregados (v. 19), quando um vendaval derruba a casa.

Jó 1.20-22 - A resposta de Jó às primeiras provações

            O que você faria se recebesse tantas notícias ruins num só dia, principalmente sabendo que perdeu tudo, filhos e bens? Jó agiu como todos os orientais faziam diante de perdas irreparáveis: "se levantou, rasgou o seu manto, rapou  cabeça" (v. 20). Este ato era praticado principalemnte quando havia perda de parentes em primeiro grau, como foi o caso de Jó.

            Jó fez algo além dos aspectos exteriores de sentimento profundo. Ele adorou! Este era um ato que poucos faziam, e hoje menos ainda. Satanás pensou que ele iria amaldiçoar Deus (v. 11), mas não foi isso que aconteceu. ele o adorou e declarou sua fé no Deus vivo e verdadeiro: "Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá. O Senhor deu, e o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor" (v. 21). Quem nunca sofreu a perda, não tem condições de avaliar com profundidade as palavras de Jó, pois ele não agiu apenas como mandava os costumes culturais e religiosos para com os mortos e as perdas, mas foi além, ao louvar o nome do Senhor por tudo que estava acontecendo. A sua atitude se deu porque cria na soberania de Deus.

                "Em tudo isso Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma" (v.22). Felizmente Satanás estava errado. É possível alguém ser fiel a Deus mesmo não tendo nada e estando debaixo de uma dor intensa. Ele amava a Deus pelo que Deus era, e não pelo que Ele lhe oferecia na forma de prosperidade. Deus era o Dono de tudo. Se Deus podia dar, também podia tirar. Não é fácil dizer isso, principalmente em meio ao sofrimento.

Jó 2.1-13 - A resposta de Jó quando sobrevieram provações mais intensas

         Jó não sabia, mas o pior estava por vir. Novamente a cena se passa na congregação divina, quando os "filhos de Deus" vieram se apresentar diante de Deus (v.1). Satanás veio "entre" eles, e novamente ocorre o mesmo diálogo entre ele e Deus. A afirmação de Deus a respeito de Jó repete a de 1.8 e acrescenta: "Ele ainda retém a sua integridade, embora se incitasses contra ele, para o consumir sem causa" (v.3). Apesar de tudo o que estava acontecendo, e de Jó não saber por que estava acontecendo, ele manteve a essência de sua vida: a integridade e a retidão. Ele continuou temendo a Deus e se desviando do mal. Ele mostrou que Deus estava acima de tudo e de todos em sua vida. Ele ocupava o primeiro lugar!

          Satanás é astuto e conhece os pontos fracos das pessoas. Ele propõe que Deus toque na vida física de Jó em forma de doença (v. 5), baseado no fato de que a pessoa dará tudo para salva sua vida. Da vez anterior Satanás dissera que Jó blasfemaria só em perder os bens. Ele parece sugerir que Jó era egoísta e não se importara tanto com a morte dos filhos e a perda dos bens, que ele pensava apenas em si mesmo.

           Deus concede que Satanás fira a Jó (v. 6). Este é ferido com úlceras que cobrem todo o seu corpo (v. 7), as quais provocam dores profundas (Jó 30.17), infecções e coceiras, de tal forma que se raspa com "caco de cerâmica" (v. 8). A sua situação é tão terrível que até a sua mulher dá a sugestão de que blasfeme de Deus para poder morrer  (v. 9). A palavra de mulher de Jó não tem sido muito bem compreendida. Ela queria com toda a sinceridade ver o seu marido livre de tamanho sofrimento. O seu desejo era pelo alívio. Ela quis ajudar, mas acabou fazendo com que Jó sofresse ainda mais; ele acabou  respondendo que ela estava agindo com insensatez (v.10). Mesmo sob  toda pressão, tanto dos acontecimentos como da esposa, Jó permanece fiel a deus. O fato de ele não haver pecado com os lábios não significa que tenha pecado no seu coração. Se assim fosse, Deus não teria dito o que disse a seu respeito (1.8; 2.3).

A LIÇÃO NA VIDA

          1. Devemos viver intensamente as bênçãos concedidas por Deus, sempre zelando pela sua santidade de nossas vidas e de nossas famílias.

             2. Devemos temer a Deus e nos desviar do mal em todas as circunstâncias da via, e não apenas quando temos prosperidade.

         3.  Devemos temer a Deus pela sua pessoa, e não pelo que ele nos oferece em retribuição Jó, sem nada e doente, preservou a sua fé em Deus. ele amava a Deus acima de tudo.

            4. No caso específico de Jó, Satanás, com a permissão de Deus, foi o causador das perdas e da doença, mas esta não é uma regra universal. Nem toda adversidade, tribulação, sofrimento ou doença, tem origem satânica.

       5. Devemos reconhecer sempre a soberania de Deus, mesmo que não compreendamos, plenamente o que está acontecendo em nossas vidas.


segunda-feira, 28 de julho de 2025

  1º trimestre

Janeiro, Fevereiro Março

O Livro de Jó

Sofrimento humano e ação divina

        Se há algo que mais nos cobra a fibra espiritual é o sofrimento. Não apenas quando sofremos, mas quando vemos tanto sofrimento na vida das pessoas e não encontramos, imediatamente, uma resposta para ele. Por que o homem sofre? Nem sempre é fácil responder! Porque o justo sofre? e mais difícil ainda!

       O Livro de Jó é um livro que fala de sofrimento, mas não é um receituário de como suportá-lo. Foi muito difícil para Jó todo aquele sofrimento. Jó sente profundamente o sofrimento; ele não é um super-homem, nem um supercrente, acima de todo mal, inatingível. Ele fica perplexo até encontrar a resposta de Deus. É um livro que deveria ser estudado profundamente por aqueles que acham que o crente não sofre e que sofrimento, doença e pobreza são sinônimos de falta de fé. Os que pensam assim estão mais para os amigos de Jó do que para Jó propriamente. confira neste trimestre!

        Nós que lemos o livro todo, sabemos porque ele está sofrendo, mas ele não; por isso, sofre mais ainda. A ênfase não deve ser dada, exclusivamente ao sofrimento, mas à fidelidade de Jó. Foi exatamente isso quem Satanás queria saber: Jó seria fiel na adversidade? Não era fácil ser fiel com tantas riquezas e tanta felicidade?

        Jó é um grande exemplo de quem se pode ser fiel, mesmo não tendo dinheiro e saúde. Do ponto de vista humano, ele chegou a uma condição de trapo humano, desprezível, digno de pena. do ponto de vista espiritual, ele manteve a essência; a fidelidade a Deus. O único bem com que podia contar ele reteve: a amizade de Deus.

        O Livro de Jó tem uma estrutura bem simples: 1) Parte narrativa (prosa), onde é apresentada a provação de Jó (1.1-2.13);2.13); 2) Parte em verso, onde há discussão entre Jó e três de seus amigos (3.1-31.40); 3)parte em verso, onde há o discurso de Eliú (32.1-37.24); 4) A resposta de Deus aos questionamentos, e a resposta de Jó a Deus (38.1-42.6); 5) Parte final (em prosa), que mostra a restauração de Jó e sua morte depois de uma vida longa, saudável e feliz (42.7-17).