EBD 11 Cristo e os alertas do fim dos tempos (Mateus 23,24)
Desde as origens
do cristianismo, um dos temas mais controvertidos tem sido o debate em torno da
segunda vinda de Jesus. A discussão está precisamente na forma como são
entendidas as profecias que aludem a este fato.
Antes de
prosseguirmos, convém ressaltar que parte do texto estudado nesta lição,
precisamente o capítulo 24, pertence a um gênero literário específico, o
apocalíptico, que se caracteriza entre outras coisas pelo vasto uso de símbolos.
Independentemente da interpretação adotada, para um ponto todas convergem:
Jesus virá buscar a sua igreja.
A CONTRADIÇÃO ENTRE A MENSAGEM E A VIDA DOS FARISEUS (Mateus
23.1-12)
No texto de hoje,
encontramos Jesus falando simultaneamente a dois grupos distintos: as multidões
e seus discípulos (23.1) a estes grupos ele fala duramente sobre os fariseus. Reconhece-lhes
a autoridade; eles se assentam na cadeira de Moisés (v.2). O que Jesus
severamente repreende é a incoerência entre o que eles ensinam e o que vivem (v.3), e o grande desafio
que fica para os cristãos é não contradizer com as ações a mensagem que pregam.
O texto nos faz
entender que eles tinham mensagem (v.3), mas faltava-lhes vida; buscavam os
primeiros assentos e chamavam a atenção para si (v.5-7). É o terrível desejo da
primazia, que esmaga o sentimento de fraternidade que deve existir entre irmãos
(v.8).
Nos versículos
seguintes Jesus ensina o caminho do serviço (v.11). Se seguirmos o exemplo do
Mestre, serviremos ao próximo com tanta alegrai que não restará tempo para brigarmos por proeminência
na igreja, Os fariseus se perderam por desejar sempre os primeiros lugares, por desejarem atrair toda a honra para sim
mesmos. Desde já, por ações e palavras, devemos tributar toda glória e honra e
louvor ao Cordeiro de Deus – Jesus Cristo (Apocalipse 5.12).
UM LAMENTO SOBRE A HIPOCRISIA RELIGIOSA (Mateus 23.13-39)
A palavra hipócrita era usada no mundo grego para
designar o ator. No caso dos fariseus, eles representavam toda uma piedade e
vida devocional que não tinham. Jesus estava no templo, o local preferido para
os fariseus se exibirem hipocritamente.
A hipocrisia é
destacada com oito ais; é possível ver aqui um antagonismo com as beatitudes (5.13-11),
onde os felizes participantes do reino são descritos. A seguir, destacamos os “ais”
e a respectiva razão deles:
1) Ai por fechar a porta do reino (v.13). Conheciam a lei, não a praticavam
e impediam os outros de obedecer a Deus por impor fardos pesados.
2) Ai por explorar as viúvas, sob a desculpa de orar (v.14). Por isso
a condenação seria maior.
3) Ai pela sede por fazer prosélitos apenas para se tornar o maior grupo
religioso (v.15), sem nenhuma preocupação em fazê-los participantes do
reino.
4) Ai por serem guias cegos (v. 16-22). A insensatez do materialismo já
brotava naqueles corações (v.17) e os fazia cegos para as realidades
espirituais.
5) Ai por dizimar bens sem dizimar vida (v. 23,24). O dízimo dos bens é
um sinal de devoção, mas não é o único, e faz parte de toda uma vida dedicada
ao Senhor.
6) Ai pela preocupação com as exterioridades (v. 25-28). Toda a pompa e
circunstância do templo tinham o seu lugar, mas só seriam legítimas se fossem
fruto de uma atitude interior (Isaías 1.11-17). Era o valor exagerado dado às
leis cerimoniais, em detrimento da lei moral.
7) Ai pelo martírio dos profetas (v. 29-30). Os pais deles haviam matado
os profetas, e agora no tempo eles rejeitavam Cristo e posteriormente seriam corresponsáveis
pela morte dele.
Os “ais” contra os
fariseus ecoam através dos séculos sobre todos aqueles que dizem servir a Deus
e não o fazem, e ainda criam obstáculos para aqueles que desejam fazê-lo.
A seguir, Jesus
descreve o que acontecerá a apartir daquele momento e especialmente depois da
grande comissão , quando os cristãos passariam a alvoroçar o mundo com a
mensagem do evangelho, sendo perseguidos inicialmente pelos judeus e posteriormente
pelo sistema político romano.
Este texto é muito
precioso, pois apresenta grandes verdades, a condenação do inferno é uma realidade
da qual não se escapa. Deus está julgando a tudo e a todos, e o sangue dos
mártires será requerido dos seus algozes, desde Abel até a última testemunha
que morrer pelo evangelho(v.35)
O SERMÃO PROFÉTICO – SEU CONTEÚDO (24.1-41)
Os versículos anteriores retratam o que Jesus
disse no templo; o sermão que segue é dito fora do templo. Poderíamos imaginar
todos os versículos antecedentes como uma análise da religião judaica daqueles
dias. O sermão profético, proferido do Monte das Oliveiras como resposta a
perguntas (v.3), inclui além da resposta sobre o fim do mundo uma breve
exposição sobre o cristianismo que sobreviveria ao tempolo e que não seria
apenas uma corrente dentro do judaísmo. Ao tratarmos deste texto, precisamos
reconhecer a sua complexidade, uma vez que ele responde a várias perguntas:
quando se daria a morte de Cristo? Quais os sinais da segunda vinda? E quando
será o fim do mundo?
As respostas estão
intrinsecamente relacionadas, e qualquer tentativa de separá-las por completo
se revela ineficaz. Assim sendo, precisamos extrair lições sem a pretensão de
prever o futuro. Vamos a elas:
1) Existirão muitos falsos profetas (4-5) – Os discípulos deveriam estar prontos para discernir
os falso profetas. No Evangelho segundo João, ao falar sobre o Espírito Santo,
Jesus disse que ele nos faria lembrar os seus ensinamento (João 14.26).
Precisamos conferir se o que é ensinado em nome de Cristo tem respaldo nas
Escrituras.
2) Haverá instabilidade entre as nações e perseguição aos cristãos (v.6-14) – Seguir a Cristo é tomar a
cruz (16.24). Neste momento, não obstante estarmos estudando livremente a
Palavra, cristãos estão sendo perseguidos em várias partes do mundo, e várias
guerras estão acontecendo com todos os seus horrores. Neste texto, destacamos o
versículo 14 para esclarecer que não está dito que todas as pessoas se
converterão, e sim que o evangelho será pregado a tidas as nações; um outro
ponto a ser considerado é a compreensão de fim: querem alguns que se trate do
fim do mundo, e outros do fim de Jerusalém; o que não podemos desprezar é que o
texto oferece uma possibilidade muito mais abrangente, onde fim indica a finalidade – a pregação do
evangelho.
3) Jerusalém sofrerá grande tribulação (v.15-28) – A cidade santa foi e é um lugar de tensão;
por volta de 168 a.C. (antes de Cristo) Antíoco Epífanes ergueu um altar pagão
no templo e o profanou; depois de Cristo, Jerusalém foi sitiada pelos romanos e
tomada em 70 d.C. (depois de Jesus Cristo) por Tito.
4) O Filho do homem voltará (V.29-41) – Jesus passa a descrever a majestade e o impacto
cósmico da sua volta. Dentro desta descrição pelo menos um versículo nos intriga,
o versículo 34. Geralmente ele é aplicado à destruição de Jerusalém,,
presenciada por aquela geração; para nós, como reconhecemos anteriormente, é
uma tarefa árdua tentar separar cada um das respostas que o texto apresenta,
entretanto confortamos afirmações dos versículos 35 e 36.
O SERMÃO PROFÉTICO – UM ALERTA (24.42-51)
O conteúdo é
difícil, mas as verdades nele contidas são sublimes e eternas; precisamos
resistir à tentação de olhar para o texto como se fosse um oráculo e desvendar
o futuro, e vê-lo como ele é: palavras di Senhor endereçadas aos discípulos.
O Mestre conhece bem a natureza humana e alerta que
devemos trabalhar como servos fiéis para estarmos prontos para o encontro com o
Senhor. Quanto à ansiedade pela segunda vinda, ele também adverte.
Imaginemos as
perguntas que povoaram a cabeça daqueles homens enquanto envelheciam sem ver o
retorno de Jesus. Jerusalém fora sitiada e destruída, os judeus dispersos, os
cristãos perseguidos e martirizados. Certamente as palavras de Jesus votava à
memória pela ação do Espírito, e eles encontraram forças para testemunhar em
seu tempo. Belo exemplo a ser seguido.
CONCLUSÃO
Vigiar é a palavra de ordem. Sabemos que ele
voltará, mas o dia e a hora, somente
Deus conhece (v.36). Enquanto esperamos, precisamos servi-lo com fidelidade e paciência, aguardando a herança do reino que nos está preparada desde a fundação do mundo (v. 25.34)
Deus conhece (v.36). Enquanto esperamos, precisamos servi-lo com fidelidade e paciência, aguardando a herança do reino que nos está preparada desde a fundação do mundo (v. 25.34)
Algumas questões
para reflexão:
1) Nossos atos religiosos refletem o que
está em nossos corações?
2) Estamos prontos para ouvir a sentença
do Tribunal de Cristo?
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